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TUDO QUE BRILHA
NO ESCURO  

Julia Lund - Foto: L. F. Reis

A nossa vida é uma faísca entre uma escuridão eterna e outra.

No entanto, o intervalo entre essas duas noites não é um dia sem nuvens.

Alan Watts

 

“Tudo que brilha no escuro” é um solo audiovisual criado pelo diretor e dramaturgo Luiz Felipe Reis e pela atriz Julia Lund durante a quarentena. O trabalho estreia dia 26 de setembro, às 20h, no YouTube, e realizará uma curta temporada com seis únicas sessões ao vivo, sempre aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h.
 
Idealizado e realizado em casa, o trabalho apresenta uma dramaturgia composta por memórias da atriz, textos de L. F. Reis e outros livremente inspirados em obras do dramaturgo Pascal Rambert e do roteirista Jean-Claude Carrière. 
 
Ao longo de 50 minutos, Julia Lund vive uma mulher que, durante uma noite, visita lembranças reais e inventadas marcadas pelo fim de um relacionamento, em um processo de “troca de pele”, de busca por reinvenção existencial. 
 
Durante essa jornada, a personagem revive o instante do término amoroso, questiona clichês e mistérios do amor, revisita a melancolia após a separação, assim como uma viagem de reencontro consigo mesma ao Japão. No caminho de volta, ao Brasil e a si própria, ela relembra fases da vida e da carreira. Compartilha com o público suas conversas com um amigo e diretor teatral, memórias das peças que marcaram a sua trajetória, assim como seu processo pessoal de reencontro com o prazer de atuar. 
 
Durante essa travessia noturna, “Tudo que brilha no escuro” materializa, portanto, as buscas de uma atriz pelos sentidos de se fazer teatro e de continuar a viver, dividindo tanto suas angústias e inquietações como uma particular coleção de lembranças, cenas de peças, filmes e livros que fazem a vida brilhar um pouco mais em tempos de escuridão, sobretudo em meio ao isolamento imposto por uma pandemia.

– Esse trabalho surgiu como um ato de reflexo, por um instinto de sobrevivência. É uma reação sensível às forças de morte e aos tempos sombrios que vivemos, sobretudo no Brasil, onde nos encontramos ameaçados não apenas pela pandemia, mas por um obscurantismo político que se empenha em asfixiar o país por diferentes estratégias, seja pela liberdade dada à propagação do vírus e às queimadas, assim como pela contínua perseguição aos artistas e a seus projetos de arte e de vida – diz o diretor. – Apesar de tudo isso e, talvez, por tudo isso, criamos um trabalho que reafirma a vida. É uma busca por aquilo que nos faz continuar a viver e acreditar na capacidade transformadora da arte, do teatro e dos encontros, mesmo que virtuais. “Tudo que brilha no escuro” é essa tentativa, esse ato reflexo e urgente, de aproximação das pulsões de vida, de tudo aquilo que nos mantém de pé e agindo por um presente e um porvir mais respiráveis. 

O trabalho em si é, por um lado, um experimento que agrega aspectos audiovisuais ao teatro, e, por outro lado, uma experiência intimista, em que uma atriz compartilha com o público as suas memórias, vivências e a sua busca por reinventar sentidos pra vida e pro fazer artístico. 

– Nunca planejei muito fazer um solo, mas a situação do isolamento fez com que ele surgisse, e fez como que esse trabalho tivesse o formato que ele tem, entre o teatro e o audiovisual, mas como um experimento intimista – diz a atriz. – Acho que, como muitas pessoas, nos vimos tendo que fazer e viver coisas que não imaginávamos que faríamos. Acho que, apesar de todas as pressões que sentimos nesse momento, em vez de desabafar e expurgar angústias, tentamos com esse trabalho compartilhar uma busca pela vida. Tem um pouco a ver com o que a Ariane Mnouchkine disse uma vez, de que o teatro nos dá coragem e vontade de viver. Mesmo que através de uma tela, acho que é um pouco essa a nossa tentativa.

SERVIÇO

 

Estreia dia 26/09, às 20h

Ao vivo no YouTube

 

Curta temporada: 26/09 até 11/10;

Sáb., às 20h, e dom., às 19h;

 

Ingressos à venda: www.sympla.com/polifonicacia

R$ 10, R$ 20, R$ 50, R$ 70, R$ 100, R$ 200

EQUIPE

 

Atuação 
Julia Lund
 
Direção geral e musical, vídeos, câmera, luz e operação
Luiz Felipe Reis
 
Dramaturgia
Luiz Felipe Reis e Julia Lund
 
Textos 
Luiz Felipe Reis e livres adaptações para obras de Pascal Rambert e de Jean-Claude Carrière
 
Composições originais e produção musical 
Pedro Sodré
 
Supervisão técnica de vídeo
Julio Parente
 
Design gráfico
Clarisse Earp (umastudio) 
 

Fotografia

Luiz Felipe Reis

 

Assessoria de Imprensa 

Dobbs Scarpa


Produção
Polifônica (Luiz Felipe Reis e Julia Lund)
 
Contatos
polifonicacia@gmail.com
lfmreis@gmail.com

SOBRE A POLIFÔNICA

Polifônica é um núcleo multidisciplinar de pesquisa e criação artística fundado pelo diretor e dramaturgo Luiz Felipe Reis e pela atriz Julia Lund no Rio de Janeiro em 2014. Com foco em teatro e em experiências performativas, o grupo desenvolve uma pesquisa estética e temática acerca das noções de "Polifônica Cênica" e de "Dramaturgias do Antropoceno", que resultou em artigos, textos teatrais e experimentos cênicos focados nos "impactos humanos na Terra" e na atual "emergência climática” global.

O núcleo articula teatro e outras formas de arte com o objetivo de construir experiências imersivas que procuram ampliar a consciência e a sensibilidade para a crise ambiental e civilizacional que a humanidade produz e enfrenta no contemporâneo, nesta era do Antropo-Capitaloceno.

Em 2015, a Cia. foi indicada ao Prêmio Shell 2015 na categoria Inovação com o experimento cênico-científico “Estamos indo embora...”, pela “multiplicidade de linguagens artísticas adotadas para abordar a ação do homem nas transformações climáticas”. 

Em 2016, a Polifônica recebeu indicações e conquistou prêmios pela criação do projeto “Amor em dois atos”, que reuniu em uma mesma encenação duas obras do dramaturgo francês Pascal Rambert, “O começo do a.” e “Encerramento do amor”. Em 2018, a Cia. apresentou o seu novo trabalho, “GALÁXIAS”, que articula textos de Luiz Felipe Reis com fragmentos da obra literária do escritor argentino, J. P. Zooey. 

Para 2021, a Polifônica prepara “Na boca do vulcão” (Sesc Av. Paulista), “O fim de E. - História da violência” (CCBB), de Edouard Louis, e "2666" (Oi Futuro RJ), adaptação inédita na América Latina para a obra homônima do chileno Roberto Bolaño.

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